Narrativas Coletadas por Diógenes Lima
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
Disciplina: Prática Oral em Língua Estrangeira
Professor: Diógenes Lima
VIII Semestre Letras Modernas
Minha experiência como aprendiz de Língua Estrangeira
A língua inglesa sempre foi um desejo de consumo na minha vida. Lembro-me quando tinha 11 anos e acabava de fazer parte de uma turma de 5ª série, encontrava-me agora no ginásio, achava isto um momento de grande satisfação pessoal. No primeiro dia de aula, os dois últimos horários eram de língua inglesa, tenho isto nítido em minha mente porque ganhei uma bolsa de estudos neste dia, e a bolsa era de inglês. Minha professora tinha conhecimento na língua, pois havia morado mais de 20 anos nos Estados Unidos. Fiquei super feliz e também porque havia passado às férias olhando um livro de inglês do meu irmão, passou pela minha cabeça que poderia manter um diálogo em sala de aula. Já sabia algumas palavras e expressões, mas ainda eram poucas até demais. Pois é, Dalva, este era o nome da professora de língua estrangeira, logo que entrou na sala instigou a todos a se apresentarem, colocou algumas expressões no quadro e começou a nos perguntar algumas coisas, como exemplo, “What’s your name?” “How old are you?” “How do you feeling today?”, enfim inúmeras foram as questões, só sei que eu tremia muito, tinha medo que a professora me interrogasse e não soubesse responder. Foi o que aconteceu. No momento que ela perguntou me senti congelada, pois o frio na barriga quase me levou para fora da sala. Eu juro que resistir, mas foi muito difícil. Ela olhou firme pra mim e disse para não ter medo, pois as perguntas eram simples e que todos conseguiriam responder, só assim me tranqüilizei e respondi.
No dia seguinte já estava na casa dela, lugar que funcionava a escola de inglês. Existiam muitos alunos, não conhecia ninguém, fiquei intimidada, mas freqüentei todos os dias de aula. Quando estava me acostumando com a turma e com a língua um empecilho surgiu. Meu sonho de aprender chegava ao fim, pelo menos naquele momento. A professora decidiu fechar a escola e voltar para os Estados Unidos, onde vive hoje com seu marido e três filhos, todos eles nascidos lá. Passei vários anos estudando apenas na escola com professores desabilitados, aqueles que têm proficiência em uma outra disciplina e para o preenchimento da carga horária a língua inglesa passa a ser fundamental. A verdade é que nunca recebi estímulo algum por parte destes professores para aprender inglês, acredito que a falta de habilitação deles contribuiu para este fim.
Somente no ensino médio, no primeiro ano, ao ouvir músicas internacionais em sala de aula fui despertada para querer entender as letras das músicas. O professor colocava o som e os alunos acompanhavam com uma letra xerocopiada. Eu adorava. Achava o máximo! Foi então que no terceiro ano fui estudar inglês numa escola de idiomas. No início eu detestei, muitos colegas satirizavam daqueles que não sabiam nada, e é claro, eu era uma das vítimas. As dificuldades foram inúmeras, pensei em desistir, mas meus pais pediram para dar seguimento, não se importando com os colegas. Através de uma busca instigante por força é que decidi continuar. Consegui terminar o Intesive Course, o curso básico, era precisamente o estudo da gramática, logo desenvolvi bastante a habilidade escrita, mas fiquei em prejuízo com as outras habilidades, em destaque o falar e o ouvir. Ainda finalizei dois livros nesta escola, mas não gostava nem um pouco do método utilizado. Decidi mudar de instituição, mais uma vez a gramática era focada.
Sei que estudei em quatro escolas de idiomas. Gostei de alguns professores, a metodologia adotada por alguns contribuíram de maneira eficaz no meu desenvolvimento, infelizmente os outros favoreceram ao desestimulo. Aprendi muito, mas tenho consciência que tenho que aprender muito mais. Falar e ouvir são dificuldades enormes, mas quero derrubar as barreiras posicionadas em minha frente. Muitas delas já se encontram eliminadas, pois ao entrar na universidade obtive um auxílio incomensurável por parte de alguns professores. Tive o privilégio de ser aluna de Joceli, Giêdra e algumas poucas aulas assisti com Silvia quando as turmas se juntavam. Tenho certeza que marcas cada uma delas deixaram na minha vida acadêmica. E posso dizer que foram marcas positivas e construtivas para que eu mantivesse o interesse em continuar a aprender a língua inglesa. Posso não ser ainda uma boa falante, devido à timidez que me bloqueia diversas vezes fazendo-me gaguejar, contudo isto não impede que consiga uma melhor desenvoltura em breve.