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Narrativas Coletadas por Diógenes Lima

 

Nome: Antonio Eliseu Lemos Leal Sena
Idade: 23 anos
Escolaridade: 3 grau incompleto - UESB
Tempo de aprendizagem da língua estrangeira: 12 anos

Narrativa coletada por Diógenes Lima


Foi em 1990, no colégio Polivalente de Vitória da Conquista, que tive minha primeira professora de Inglês. Não me recordo o nome dela, mas lembro-me que era irmã de um padre da paróquia do bairro onde moro. Ela, com delicadeza, logo no primeiro dia, de aula entrou na sala e
começou a falar da importância de adquirir uma língua estrangeira. Logo após, deu exemplos de como o idioma, ou seja, a língua Inglesa se encontrava inserida no português do Brasil e incentivos a adquirir livros e revistas com palavras escritas em inglês. Com o passar do tempo, ela começou a trabalhar na sala com letras de música, jogos, brincadeiras, mas, como se sabe, o ensino público
infelizmente no Brasil é precário e, principalmente para tal matéria, não existem livros e o professor quem tem que elaborar recursos para se
trabalhar a língua estrangeira na sala de aula. O ano se passou e houve, por minha parte, um aprendizado e um certo
interesse pela língua, graças ao incentivo da professora. Ao continuar a ser professora da 6ª série no outro ano, o meu interesse
pela língua estrangeira em questão aumentou e cheguei a tirar a nota máxima na matéria em quase todas as unidades. Mas houve uma quebra desse interesse na 7ª e 8ª séries quando a professora saiu do colégio onde eu estudava e, foi
substituída por outra. Essa outra professora era rígida e cobrava assuntos os quais ela não passava para os alunos.
Com alguma dificuldade eu passei para o Nível Médio, onde tive um professor de inglês sem nenhuma didática para o ensino da língua inglesa.
Passava os mesmos assuntos que eu já tinha estudado anteriormente: o verbo be, presente, passado, futuro e nada de novo para enriquecer o meu
vocabulário. Essa pessoa foi o meu professor pelos três anos e foi nesses anos que comecei a estudar a língua inglesa sozinho.
Sem ajuda nenhuma, comecei a saber um pouco de gramática, mas nada de pronúncia. A melhora com a língua só veio a se tornar concreto quando meu irmão ganhou uma bolsa de estudos de um curso de idiomas aqui da cidade e,
como não se interessava pela língua inglesa, passou-a para mim. Minha mãe, com muita dificuldade, começou a pagar o meu curso, mas sempre pensava em me tirar pela dificuldade financeira que tínhamos aquela época. mas fazia todo
o esforço para pagar em dia a mensalidade do curso. Eu, que nessa época estava trabalhando como vendedor de consórcio,
fazia o maior esforço para tirar boas notas no curso de idiomas, mas senti que poderia ir além e, mesmo com vocabulário mínimo, não ficava só pegando assuntos na sala de aula. Fazia de tudo para falar a língua que estava estudando. Primeiro com as palavras básicas: Hi!, ou How are you? ou Good afternoon. Depois eu fui melhorando o meu vocabulário na língua e comecei a
formar parágrafos e pequenos textos. Eu queria aprender mais... Um dia, no meu curso, apareceu um norte-americano e eu comecei a
conversar com ele. Entendia tudo o que ele me falava e ele também me
entendia. Não sabia que estava conversando com um norte-americano. Era um adolescente de 16 anos de idade e não sabia português. Na nossa conversa ele me disse: "Hey, man! You're really good in american language". Isso me incentivou a aprender e a aperfeiçoar o que eu sabia da língua estrangeira. Entrei em um curso pré-vestibular e comecei a estudar para cursar Letras com inglês na UESB. E continuo aperfeiçoando o meu inglês, agora menos do que eu queria, pois estou trabalhando como professor de língua inglesa 40 horas
pela prefeitura, mas sempre que tenho um tempo, eu treino o meu inglês através de textos pela internet, cursos de aperfeiçoamento e até mesmo oralmente com os meus colegas que também são professores de língua inglesa e
isso me faz sentir bem. Nunca viajei para fora do país, mas não desisti e nunca vou, deste sonho.