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Narrativas de Professores de Língua Inglesa

 

Nome: Miriam Piedade Mansur Andrade

Idade: 36 anos

Tempo de estudo da Língua: 28 anos

Narrativa coletada por: Pedro Henrique Martins de Melo em Dezembro de 2005


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Bom, meu nome é Miriam Mansur Andrade, sou professora de Inglês e eu vou tentar falar um pouco da minha carreira, como eu cheguei até hoje e o que é o Inglês na minha vida. Inglês, hoje, eu posso concluir sendo tudo, só que quando ele iniciou não tinha tanta importância até porque eu era muito nova, iniciei meu curso com 8 anos de idade numa colônia de férias do CCAA, meu tio me colocou praticamente 30 dias só brincando em Inglês e aí comecei a gostar, mas na minha época, praticamente 20 anos atrás, isso não era prioridade. Logo após isso, meu tio que, na época, era praticamente meu patrocinador oficial, foi para o exterior, foi trabalhar no Iraque e viu algumas oportunidades de emprego sendo perdidas porque ele não dominava o Inglês aí ele prometeu que, para mim, as coisas seriam diferentes, que ele iria me dar o Inglês oficialmente. Aos 12 anos eu iniciei meu curso no Number One, na época, o Dinamyc One, que era o primeiro módulo e eu fui até o final até o preparatório do FCE, só que aí a minha vida tomou um outro rumo, praticamente terminei o 2º grau etc. e meu sonho era fazer medicina, apesar de eu ter o meu pai o tempo todo me falando: Estude LETRAS, vá ser professora de Inglês etc. porque aos 18 anos eu já dava aula particular de Inglês porque na minha época ninguém tinha o costume de estudar. Mesmo assim eu teimei, tentei medicina 1 vez, 2 vezes, 3 vezes, acabei não conseguindo passar e fiz ciências biológicas, comecei o curso e por aí foi, só que a situação de Belo Horizonte estava muito difícil na época, de emprego, essas coisas, houve a divisão do estado de Tocantins aí eu mandei o currículo para lá porque na época eu já tinha trabalhado como secretária bilíngüe e em um estado recém-dividido eu achei que o Inglês fosse ajudar. Fui convidada para trabalhar, fui trabalhar no gabinete do governador como tradutora-intérprete, do próprio governador quando recebia visitas de estrangeiros, essas coisas e o estado recebia muito embaixador, muita gente, porque ele faz parte da região norte então com isso eles recebiam muito financiamento de bancos internacionais essas coisas, para investir no estado e aí foi que eu comecei a ver o que o Inglês realmente era, eu já tinha feito toda essa trajetória, mas ainda não tinha chegado à conclusão que o Inglês era minha vida, eu achei que ele só era mais uma ferramenta de trabalho. Lá eu iniciei o curso de letras, mas não cheguei a levar a diante até porque eu tive um problema que o governo acabou e eu era cargo de confiança, fui mandada embora e aí a opção de vida que tive foi: bom, já que eu vou chegar a mexer com o Inglês de uma forma mais profissional, vou ter que buscar uma fluência maior, tentar embarcar um pouco de uma forma mais profunda no idioma, aí fui para os Estados Unidos, morei lá por 3 anos, comecei a fazer curso, à princípio, em escolas de 2º grau, mas aí procurei buscar mais aperfeiçoamento, peguei uma professora particular e comecei a fazer o treinamento do TOEFFEL, certificado da Universidade de Michigan. Fiz todos os certificados, passei em todas as provas e quando voltei já voltei com a decisão de que a minha área mesmo seria voltar ao Inglês e trabalhar com sala de aula, deveria ter escutado meu pai há muitos anos atrás. Cheguei já dando aula particular com a vivência lá minha fluência melhorou demais, minha escrita... e entrei na Federal como aluno avulso, cursei um ano e meio um tipo de licenciatura curta que você faz quando tem o certificado de proficiência e aí cheguei à conclusão de que era mesmo aquilo que eu queria e resolvi fazer graduação, mas para isso precisava do vestibular, fiz vestibular, formei praticamente em dois anos e meio porque fui eliminando as provas de Inglês, na época era Básico 1, 2 até o nível 7, depois consegui eliminar muita coisa com o memorial que eu escrevi, fiz também iniciação científica só que apesar de eu gostar muito da Língua, do ensino da Língua, a literatura mesmo que abriu muitas portas para a minha vida, aí falei: -Não, além de ser o Inglês eu quero o Inglês e quero o Inglês em literatura aí disparei a cursar todas as literaturas que eu tinha direito, ao final do curso eu já tinha feito 12 e no curso só precisa de 6. Logo que eu formei vi que era aquilo mesmo nitidamente, formei em 2003, entrei no processo seletivo do mestrado em 2003, meu projeto foi aprovado, passei no mestrado agora eu to em um momento de conclusão, estou na escrita, devo estar com a defesa marcada pro mês de março e trabalho em uma linha de pesquisa que tenta levar Literatura, faz associação com outros sistemas semióticos, no caso, a filosofia, na minha área de pesquisa eu trabalho com um poeta Inglês do século XVII, JOHN MILTON e fiz a opção de trabalhar com os clássicos, porque só com os clássicos a gente consegue entender o que é a Literatura hoje.