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Narrativas de Professores de Língua Inglesa

 

Nome: Gláucia Alves França

Escolaridade: Formada em Letras

Idade: acima de 30

 

Minha memória é bem generosa quando me dedico a pensar sobre o s meus primeiros contatos com a Língua Inglesa.Lembro-me quando criança das mensagens das camisetas dos meus irmãos menores do tipo “I love you” (Nem fazia idéia do que fosse!) Lia as histórias em quadrinhos da Disney e não entendia o porquê de alguns nomes de pessoas e lugares serem tão diferentes dos nossos! Também me recordo das revistas de meus irmãos com seus heróis do oeste e espaciais: Flash Gordon, Tex Willer, Kit Carson...

Havia os famosos “pocket books” com histórias do velho oeste, onde informalmente aprendi um pouco sobre a colonização dos Estados Unidos ao ler as aventuras dos desbravadores, dos indígenas, etc...E mais os filmes e os seriados da sessão da tarde (os ditos “enlatados”) com os famosos atores e atrizes da época e seus respectivos personagens: O homem de seis milhões de dólares, A mulher maravilha, As panteras, O incrível Huck, Manimal e tantos outros...

Contato formal começou na quinta série, onde pela primeira vez tivemos “aulas de inglês” e começamos com um livrinho chamado “A trip to the moon”, que apelidei de “A tripa do demônio”, brincando com o som das palavras, coisa de criança... Os personagens viviam em um mundo surreal e eram duas crianças e um robô, um tal de Rex, que viviam inventando situações para se comunicarem e nos ensinarem algumas estruturas. Mas fora a irrealidade de algumas situações eu aprendi algumas palavras e musiquinhas. Tivemos depois, na sexta série, uma professora que nos mandou copiar todo o vocabulário do final do livro e ilustrá-lo. Na época, foi uma tarefa bem cansativa, mas hoje, vejo que a associação palavra imagem foi útil para ampliar o meu vocabulário. Na sétima serie apenas líamos textos didáticos e a maioria dos colegas tinha horror de ser “obrigado” a ler em voz alta.Lembro-me de uma colega que ao tentar ler num diálogo a seguinte frase: “Excuse me, madam!” ela disse: “Excuse me,mãe!” Foi a piada do dia ou do ano talvez!Até hoje quando a vejo vem –me um misto de dó e vontade de rir ao relembrar da cena. Até hoje a coitada apavora-se com o Inglês, ela foi a minha colega na graduação e sofria como na adolescência. Na oitava série, meu pobre professor ao tentar fazer-nos decorar os tempos verbais, mandava-nos repetir uma mesma frase no Simple Present: “Do you eat tomatoes every day?” Até hoje os seus ex-alunos lembram-se disso e morrem de rir, ninguém se lembra porque o mesmo insistia na bendita frase, inclusive obrigando-nos a colocá-la no passado, futuro...(Será que não poderíamos comer outra coisa?).

Ensino médio, Curso de Magistério, no English...

Faculdade de Letras, oba, rever o bom e velho English e aí... Grammar, grammar, grammar...

O que sei (ou procuro saber) vem das minhas pesquisas, leituras, curiosidades, insistências. Adoro a Língua Inglesa, busco sempre novidades, informações leio rótulos, nomes e etiquetas de lojas, manuais, canto, compro revistas em inglês, corro atrás e tento levar para os meus alunos sempre alguma novidade para que sintam a língua viva, atuante na sociedade.Sofro com o descaso na rede pública, com o preconceito dos colegas das redes particulares, alguns “se achando”.Mas continuo tentando.Lecionar é tarefa para poucos, existem professores e “dadores de aula”, você escolhe o seu lado.É preciso ter e passar prazer por aquilo que se faz, é preciso acreditar, pois assim vale a pena interagir com o seu aluno e perceber, a partir de suas referências o quanto se cresce na perspectiva de ensinar.