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Narrativas Coletadas por Diógenes Lima

Narrativa coletada em 2004 por Diógenes Lima.

Inicialmente, gostaria de destacar que algumas pessoas acham que aqueles que amam o inglês valorizam mais a cultura inglesa que a sua própria. Outros temem que a grande expansão da língua inglesa pode suplantar a nossa língua mãe, mas isto é completamente impossível, porque nosso idioma materno já está estabelecido e unificado. Ao contrário, esta grande expansão no ensino e aprendizagem do inglês em nosso país tem contribuído para o crescimento e enriquecimento do vocabulário em nossa língua, um exemplo disso está na Internet. 

Por outro lado, eu aceito a narrativa bíblica que havia apenas uma língua, mas em Babel Deus confundiu a língua e a partir de então passou a haver várias outras línguas e os homens não puderam se entender mais. Embora haja dificuldades na comunicação devido à grande variedade de idiomas, acredito que os homens ainda assim podem se entender mutuamente e isto  depende mais  deles terem seus corações ternos para fazerem o que é certo do que a língua que falam, porque se fosse somente uma questão lingüística, países que falam o mesmo idioma não se desentenderiam. 

Mas o que estes dois fatos têm a ver com a minha experiência no aprendizado de inglês? É porque estes pensamentos tem dominado minha mente. Primeiramente, a língua inglesa nunca irá suplantar nosso português, acredito, e segundo, que a variedade lingüística aumenta as possibilidades de comunicação entre a humanidade. 

Meu primeiro contato com a língua inglesa aconteceu quando comecei a estudar no ensino fundamental, antigo primeiro grau, numa escolinha pública. Não imaginava que poderia amar tanto este idioma. Fui orientado nos primeiros passos por meus professores de 5.ª, 6.ª, 7.ª e 8.ª séries em todos os assuntos básicos do inglês e eu gostei muitíssimo, porque queria falar uma outra língua. Eu e meus colegas não tínhamos livros, todos os assuntos eram anotados em nossos cadernos, mas eu tinha um grande interesse de aprender, então eu era um inquiridor. Eu queria saber o significado e a pronúncia das palavras, deste modo eu procurava livros usados, apagava os exercícios respondidos e os respondia novamente. Consultava dicionários e examinava não somente o significado das palavras mas também sua pronúncia. Também adquirir cursos com fitas K7, CDs e assisti algumas aulas na TV. Passei pelo Ensino Médio, antigo 2.º grau e lá continuei este processo. Freqüentei alguns cursos como o CCAA por algum tempo. Entrei para faculdade e lá continuei a estudar inglês. Deste tempo, não me esqueço do curso de fonética que fiz sob a orientação e coordenação do hoje Dr. Manuel Sarmento: “Análise Contrastiva entre o Sistema Fonológico do Inglês e do Português”. Este curso de extensão foi muito importante para mim, porque me deu mais conhecimento em relação à pronúncia. 

Não posso desconsiderar também que tenho trabalhado o aprendizado inglês através do auto-estudo. Tenho estudado sozinho e como minhas ferramentas de estudo tenho usado a Internet, livros, dicionários e outros meios. Através do dicionário tenho estudo e aprendido morfologia, gramática e fonética, sem falar que tenho usado livros de gramática em particular. Tenho lido vários livros em inglês e um de especial significado para me tem sido a Bíblia. A leitura da bíblia tem contribuído para o aumento de meu vocabulário. Um outro recurso agradável que também tenho usado é a música. Como gosto muito de cantar e como dizem sou um cantor de banheiro, tenho feito uso da música para aprender vocabulário e pronúncia da mesma forma. Posso afirmar que estes recursos têm sido de grande valor para meu desenvolvimento no estudo do inglês. Nesta enorme gama de recursos utilizados no meu aprendizado de inglês, há uma experiência que me deu grande felicidade, foi quando alguns amigos se inscreveram para o concurso Vestibular, e isto aconteceu já há um bom tempo atrás,

quando eles me convidaram para lhes dar algumas aulas de inglês e o resultado foi que eles foram aprovados. Acredito que pude contribuir com o seu sucesso, assim, ensinar a outros, no momento, em especial, aos meus alunos, tem me dado também a oportunidade de aprender mais.

Considerando ao que foi exposto acima, confesso que tenho tido, ao longo deste tempo, muitas dificuldades no aprendizado de inglês. Mas a principal delas foi, em primeiro lugar, a situação financeira. Meus pais não tinham uma boa condição econômica para enviar-me a boas escolas e cursos de inglês e para aumentar este problema enfrentávamos sérios problemas de saúde em nossa família com o meu irmão e depois que meus pais se separaram, a situação tornou-se mais difícil ainda, porque tive que trabalhar para manter a mim e a minha mãe. Em segundo lugar, minha maior dificuldade no aprendizado de inglês foi desenvolver a fala (speaking) e o entendimento (listening), porque não tive outros amigos com quem pudesse praticar o meu inglês e além disso sentia-me receoso de me expressar por insegurança e porque pessoas à nossa volta nos constrange às vezes, por não terem o mesmo entendimento que nós. 

Em relação à pronúncia, eu tive uma grande dificuldade em aprender a pronunciar palavras com ‘TH’, porque é um som que não temos em português e não entendia como entendo agora o processo para expressar tais palavras com esta junção. Eu ainda tenho algumas dificuldades, confesso, especialmente no entendimento e uso de vocabulário, porque algumas palavras escapam às vezes de minha memória ou porque ainda não as conheço, mas espero poder superar estas deficiências com a ajuda de professores e colegas.

Para encerrar, quero dizer que estou extremamente feliz em fazer este curso (pelos professores, colegas, ambiente), visto que através dele terei mais uma grande e maravilhosa oportunidade de melhorar  e desenvolver meu inglês e com isto adquirir mais conhecimento e competência para transmitir a outros. 

Além disso, às vezes tenho contemplado na minha imaginação quão magnificente e lindo seria se todos os homens se entendessem reciprocamente tanto na questão de comunicação verbal através de uma língua universal, em especial, o inglês, quanto nos seus corações que precisam ser mudados para melhor. Que não haja tanto ódio e preconceito racial ou econômico.