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Narrativas coletadas por Andréa Santana Silva

 

NARRATIVA 18

Nome completo: Poliana
Idade: 22 anos
Escolaridade: Curso de Letras
Tempo de aprendizagem da língua: 12 anos
Narrativa coletada por Andréa Santana Silva e Souza em Junho/2010

Acho que minha história com inglês é diferente do da maioria, porque eu nunca tive um estudo formal de inglês, tirando o básico que se aprende na escola. Eu sempre gostei de idiomas, desde pequena. Por causa disso, minha aproximação com inglês foi bastante natural. Quando eu tinha por volta de seis anos de idade, eu costumava folhear os livros de inglês (fictícios ou para estudo de inglês mesmo) que havia na minha casa e ficava “tentando” ler o que eu encontrava. Além disso, meu pai tinha recentemente comprado um videogame e eu e meu irmão passávamos horas jogando jogos como RPGs, que sempre tinham muitos textos em inglês.
A verdade é que naquela época eu não entendia nada do que estava escrito, mas isso não me incomodava, talvez pelo fato de eu mal saber ler em português também. Eu continuava jogando jogos e brincando com os livros que havia na minha casa, mesmo que eu não entendesse.
Quando a Internet finalmente passou a ser acessível para nós, eu também passei a freqüentar sites e fóruns em inglês. Eu sempre gostei muito da cultura japonesa (hoje, eu leciono japonês pra brasileiros) e não havia nada sobre o assunto em português. Entretanto, eu sempre achava muitos sites sobre desenhos e outras coisas japonesas em inglês e passei a usá-los bastante. Eu me lembro claramente que numa época eu só acessava sites em inglês. Eu também costumava baixar episódios de desenhos japoneses com legendas em inglês e assisti-los.
Eu fui percebendo que, aos poucos, eu conseguia entender mais e mais inglês, mesmo sem ter estudado ele formalmente. Acho que eu aprendi intuitivamente a reconhecer cognatos (obviamente, eu sempre caía nos falsos cognatos, já que não tinha estudo formal até então) e a minha leitura do inglês se tornava cada vez mais fácil. Eu também jogava os mesmos jogos várias vezes, só porque a cada vez que eu jogava, eu entendia mais a história.
Quando eu comecei a estudar inglês na escola, na quinta série, eu achava tudo aquilo muito fácil. Eu sempre tirava notas muito boas na matéria, mas nunca conseguia dizer o porquê eu de ter acertado uma questão. Eu simplesmente estava tão acostumada a ler coisas em inglês que eu simplesmente ia pelo meu feeling – “isso soa bem em inglês” ou “isso não soa bem em inglês”. E assim foi até que eu me formei do ensino médio.
Obviamente, hoje acho que tem coisas que eu preciso estudar mais. Como eu nunca falei inglês, só li e escrevi, não consigo falar o idioma direito, cometo vários erros de pronunciação e por aí vai. Eu gostaria de entrar num curso e aperfeiçoar essas áreas, até porque gostaria de tirar minha proficiência nesse idioma também.
Até mesmo o fato de eu estar cursando a matéria da professora XXXX esse semestre foi um acidente de percurso. Achava que essa era uma matéria do português (por causa do nome da matéria), e como sou do bacharelado de português, decidi me inscrever nessa matéria. No primeiro dia de aula (eu e vários alunos do português) descobrimos que era uma matéria do inglês. No fim das contas, a grande maioria dos alunos do português trocaram de matéria, mas eu decidi ficar por não achar o inglês um grande empecilho e fiquei feliz com a escolha. Tive oportunidade de estudar coisas nessa matéria que eu não teria em outras, além de poder praticar mais meu inglês. Continuo não conseguindo falar direito, mas descobri que meu listening não é tão ruim quanto eu imaginava. E fiquei com mais vontade ainda de entrar num curso de inglês e obter mais conhecimentos a respeito desse idioma.